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Conheça a startup que promete produzir carne animal em laboratório

LoFrano / Blog, Indústria 4.0, Startup / 0 Comments

Carne pura, sem antibióticos utilizados no processo de produção, sem que seja necessário matar animais e economizando água (já que são utilizados 1.799 galões de água para produzir apenas 1 kg de carne bovina). Como? A Meatable, startup holandesa, tem essa resposta.

A empresa diz ter encontrado uma alternativa para os consumidores que se preocupam com o meio ambiente e começaram pela carne suína, cultivada em laboratório, sem agredir os animais, nem danificar o planeta.

Como é possível?

Eles dizem não ser segredo algum. Inicialmente é realizada a coleta de amostra de vaca ou de porco sem ferir os animais. Posteriormente, eles fazem a reaplicação do processo natural de crescimento de gordura e músculo, então, misturam os dois elementos para que a carne possa ser produzida.

Testes

Nos próximos meses, a Meatable divulgará o primeiro protótipo de porco, criado inteiramente de células animais cultivadas, diferente de outras empresas que tentam desenvolver uma “carne limpa”.

De acordo com Krijn de Nood , Co-founder & CEO da Meatable, a ideia é de ajudar a resolver um dos maiores desafios da humanidade. “Não queremos apenas fazer um ou dois hambúrgueres, queremos mudar o mundo”.

Inovação e potencial

A startup mostra que não está para brincadeiras: já levantou cerca de US $ 10 milhões em financiamento de investidores, incluindo a Comissão Europeia.

A tecnologia utilizada por eles é pioneira, e foi feita por cientistas das Universidades de Stanford e Cambridge, com base em uma descoberta a respeito da manipulação de células vivas, que ganhou o Prêmio Nobel em 2012.

De acordo com informações da empresa, a partir de uma célula obtida de um animal vivo, o Meatable visa gerar grandes lotes de células, que serão necessárias para produzir carne em semanas – ao invés de meses.

Cientistas e ambientalistas saem em defesa dessa ideia inovadora, e consideram um avanço em potencial na luta contra as mudanças climáticas, já que a criação de animais é responsável por aproximadamente 14,5% das emissões de gases de efeito estufa e a terra utilizada para agricultura é uma das principais causas do desmatamento.

Obstáculos

Altos custos eram relatados se tratava do assunto carne de laboratório, mas, atualmente, as dificuldades aparecem por todos os lados.

Os pecuaristas americanos estão impondo uma legislação que impossibilitaria o uso da palavra carne para descrever o alimento à base de plantas ou cultivada em laboratório. Segundo eles, elas não são provenientes de animais “nascidos, criados e colhidas da maneira tradicional”.

No entanto, este mercado ainda entra na concorrência. Produtos de carne à base de plantas, estão, cada vez mais, aperfeiçoando sua capacidade de imitar o sabor e a textura da “carne de verdade”.

Além disso, o cultivo de carne com altos insumos energéticos podem estimular, a longo prazo, o aquecimento global, afirma um estudo de 2019, da Oxford Martin School, sediada no Reino Unido.

Para o ex-consultor da McKinsey, De Nood, os produtos elaborados pela Meatable são destinados aos consumidores que gostam de carne, mas que ficam “cada vez mais desconfortáveis ​​com a maneira como são produzidas”.

Segundo ele, a startup está se concentrando na nova geração, que sente, analisa e se posiciona perante às mudanças climáticas. “Meu filho de 13 anos acabou de desistir de carne bovina enquanto lia sobre o impacto das vacas nas mudanças climáticas, e concordamos que o próximo bife terá, portanto, que ser cultivado em laboratório”, relata Nood.

Segundo a startup, o novo processo natural resulta em uma carne real, suculenta e deliciosa. Você teria coragem de provar?

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